A PEDAGOGIA DO
MST E OS DESAFIOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Org: José Ronaldo
As raízes históricas da pedagogia do MST
Na década de 1840 começaram a
surgir elementos de uma concepção marxista de educação, fato comprovado em
muitas obras de Marx e Engels como por exemplo: O Capital, cap. XIII; A
Ideologia Alemã, vol. I, parte I; Crítica ao Programa de Gotha, IV; e
Princípios do Comunismo, de Engels.
Estas obras foram apenas
tomadas como base por pedagogos e estudiosos da educação que posteriormente
formularam uma teoria mais coerente sobre a chamada educação marxista. Grande
impulso para que isto ocorresse foi dado pela Revolução Russa de 1917
(Revolução de Outubro), onde o partido bolchevique, capitaneado por Lênin, toma
o poder e começa a colocar em prática o ideário marxista em toda a Rússia (que
em 1922 se transforma em União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS).
Lênin defendia a teoria
marxista da educação como, essencialmente, uma teoria da prática. Queria a
formação de um novo homem para a sociedade socialista: que saiba comandar e se
subordinar aos companheiros, que seja trabalhador e culto. Para que atingisse
este intuito considerava prioritária a educação e a instrução.
Relataremos a seguir as idéias
de alguns dos principais educadores marxista-leninistas que participaram da
construção educacional da Revolução Russa.
Anton Semionovich Makarenko
Pedagogo e escritor ucraniano educou crianças marginalizadas, órfãs e
abandonadas, na Colônia Gorki (1920-1928) e na Comuna Dzerjinski (1927-1935) na
URSS.
Defende como objeto da educação
a coletividade escolar e não mais a criança isolada; defende a tese da criança
concreta (diferentes crianças com suas marcas históricas, sociais, culturais e
psicológicas, uma educação das diferentes personalidades) contra a tese da
criança abstrata (como um ideal a ser alcançado), como pretendia Claparède e
Tolstoi.
A escola de Makarenko tinha um
espaço amplo, aberto, em contato com a sociedade (não ficava isolada,
participava da luta dos trabalhadores) e a natureza; todos tinham que seguir o
objetivo traçado coletivamente por professores e alunos, relacionando com as
necessidades sociais de cada momento histórico numa constituição dialética da
coletividade; o que significava planejar, racionalmente, os passos para o funcionamento
da autogestão.
Na Colônia Gorki, que chegou a
ter mais de 500 colonos, havia um Conselho Pedagógico (formado por educadores e
educandos mais antigos), normas disciplinares, tribunal popular (onde se
convocava a Assembléia Geral para julgar casos de indisciplina) e coletivos
para específicas atividades como o coletivo das finanças, da cultura, etc.; o
trabalho e o estudo eram obrigatórios.
Existia uma disciplina militar,
com destacamentos para ocupações de estrada (para proteger a vizinhança de roubos)
e até mesmo de terras (para lutar contra o latifúndio improdutivo e para
cultivar uma horta coletiva), os estudantes uniformizados formavam fileiras de
tropas marcadas pelo ritmo de cornetas e tambores que marchavam com bandeiras
em punho e entoavam cantos e gritos de guerra.
Havia recompensas para os
estudantes que se destacavam como, por exemplo, um pagamento de um salário e a
entrada na Faculdade Operária (Rabfak).
Na Comuna Dzerjinski em
Kharkov, onde existia mais de 100 colonos, foi implementada o plano de
industrialização de Stalin onde Makarenko executou, juntamente com o estudo, o
trabalho monotécnico baseado no fordismo e no taylorismo onde os educandos não
obtiveram um conhecimento amplo do modo de produção restringindo-se apenas às necessidades
do aumento da produtividade para obedecer as normas do Estado Soviético.
Já Anatoli Lunatcharski Educador russo, comissário do povo para a
cultura e educação no primeiro governo da URSS. Defendia que o professor tinha
que ser eleito e controlado pela população que era organizada em comitês ou em
sovietes, esta assumia a direção suprema da escola.
Na condição de comissário
liquidou os restos do antigo aparelho, suprimiu a função de procuradores dos
distritos, de diretores e inspetores da escola, proibiu o ensino do catecismo
(eliminando o latim dos programas), revogou os certificados de maturidade,
substituindo-os por certificados de fim de curso, suprimiu as notas e
introduziu o ensino misto.
Pregava a escola do trabalho
onde o trabalho seria matéria de estudo, isto é, como ensino de técnica em seu
conjunto. Este trabalho seria coletivo, baseado na autogestão cooperativa.
Diferente de Makarenko, impunha nas escolas o trabalho politécnico, onde as
crianças e adultos aprenderiam diversas técnicas como agricultura, marcenaria,
contabilidade, etc.
Além disso, defendia a educação
estética, onde a tarefa fundamental do homem é a de tornar belo a si mesmo e a
tudo o que o rodeia - ligada à técnica e à física. As crianças, seguindo esta
orientação, tinham plena liberdade na organização das sociedades consagradas às
ciências, à ginástica, à música, ao teatro, na criação de toda a espécie de
revistas, de clubes políticos etc.
Achava que a criança deveria
ser educada para cooperar na sociedade, aprendendo as noções de liberdade, de
igualdade e do que venha a ser uma sociedade livre. Defendia que os professores
nunca deveriam inculcar nas crianças o espírito socialista combativo, com o
passar do tempo as próprias crianças adquiri-lo-iam naturalmente.
Estabeleceu um plano de
educação para os adultos que envolvia alfabetização plena (o Império Russo não
tinha um sistema nacional de ensino até o final do século XIX e início do
século XX: 71% dos homens e 87% das mulheres eram analfabetos), intensificação
nos ensinos primário e secundário, criação de uma Faculdade Operária (Rabfak) e
incentivo à instrução extra-escolar com abertura de cinemas, apresentações
teatrais, criação de bibliotecas, todos com entrada gratuita.
Por último, fez valer a escola
única que era a típica escola do socialismo onde nela estudaria todas as
classes sociais (proletários, camponeses, profissionais liberais ou filhos
destes), utilizando os mesmos métodos de ensino.
Lev Semenovich Vygotsky Psicólogo
e pedagogo russo, trabalhou no Instituto de Psicologia de Moscou. Vygotsky
observa que a diferença entre educador e educando é primordial e deve ser
nítida. A diferença entre saber fazer e não saber fazer algo, não pode estar
tão próxima que permita o educando agir sozinho, pois já sabe e assim nada
aprender. E nem tão distante que impeça o educando de agir, por não o conseguir
fazer. É importante a interação de algo (cenário) ou alguém que estimule o
educando através de desafios que podem ser superados, paulatinamente.
A produção de um ambiente
educativo parte da premissa de que nada deve acontecer por acaso ou sem
intencionalidade pedagógica. Foi assim que Vygotsky formulou seu conceito de
Zonas de Desenvolvimento que podem ser Real, Potencial e Proximal.
A Zona de Desenvolvimento Real
acontece quando as etapas são alcançadas e consolidadas pelo educando, isto é,
quando o educando cumpre a tarefa proposta sem nenhum tipo de ajuda.
A Zona de Desenvolvimento
Potencial acontece quando o educando realiza uma tarefa, que não consegue fazer
sozinho, mas a realiza com a ajuda de outra pessoa (podendo ser um educador ou
um educando que realmente saiba realizar a tarefa).
Já a Zona de Desenvolvimento
Proximal é a distância entre as duas anteriores (a Real e a Potencial) e que o
educando consegue realizar a tarefa percebendo apenas as motivações do meio.
Vygotsky dava importância a
este meio como ambiente educativo onde se desenvolvia o chamado materialismo
psicológico (baseado no materialismo dialético) onde se afirmava que a
consciência procede da experiência, tem um caráter secundário e depende,
psicologicamente, do meio. Parafraseia, então, Marx e Engels, explanando que a
experiência determina a consciência.
Nadezhda Konstantinovna
Krupskaia,Educadora russa, era a esposa de Lênin. Foi vice-comissária do povo
para a cultura e educação, trabalhando juntamente com Lunatcharski.
Defendeu a necessidade da
escolarização dos filhos dos trabalhadores como tarefa de ampliação da
educação, antes colocada como tarefa única e exclusiva das mães. Por isso, luta
arduamente pela criação de pré-escolas e de creches gratuitas.
Pistrak ,Educador russo. Foi o
criador e grande entusiasta da chamada Escola do Trabalho onde compreendia o
trabalho como a atividade específica do ser humano, orientada para a
transformação da natureza, auxiliado por instrumentos de trabalho, para que
assim possa satisfazer suas necessidades, mas, que ao transformar a natureza,
transforma a si mesmo, a sua atitude frente a natureza, frente aos outros seres
humanos e frente a si mesmo, mudam suas idéias, seus ideais, e sua
possibilidade de conhecer e transformar a realidade. Defende assim, a reflexão
no momento do trabalho sobre o que se faz e como se faz para que possa, desta
maneira, produzir sujeitos sociais e culturais.
No MST a questão da educação
começa em julho de 1987, na cidade de São Mateus (ES) onde aconteceu o Primeiro
Encontro Nacional de Professores de Assentamentos, o MST constituiu um setor
específico para tratar dos desafios ligados à questão dos direitos à educação
dos trabalhadores rurais sem terra. Segundo o MST, este setor está organizado
em 23 Estados, formando um universo de 1800 escolas de ensino fundamental, nos
quais 160 mil crianças e adolescentes estariam frequentando. Trabalhando
diretamente com estas escolas são cerca de 3900 educadores, além dos 250
educadores que trabalham na?Cirandas Infantis, Destinadas à educação de
crianças com até seis anos de idade. O Movimento mobiliza ainda cerca de três
mil educadores na alfabetização de jovens e adultos, envolvendo aproximadamente
30 mil alfabetizandos.
As principais características
da pedagogia do MST são as seguintes: Para a educação infantil há as chamadas
Cirandas Infantis, onde os educadores organizam o conjunto de trabalho que vão
desde o período de gestação dos bebês até atividades com as mães, dialogando
com estas as maneiras de educar o filho. As crianças participam de
brincadeiras, jogos, ouvem música, assistem filmes e participam até mesmo de
marchas para reivindicar melhores condições para o MST, a chamada ?Marcha dos
Sem Terrinha?.
Para o ensino fundamental e médio os
educadores organizam várias reuniões com os assentados/acampados, juntamente
com seus filhos/as, a comunidade e também o secretário de educação do município
ou do Estado para que possam organizar a escola a partir das necessidades
locais e coletivas buscando a criação de um currículo que atenda as
necessidades do campo. Todas estas escolas do MST são públicas e a maioria é
reconhecida pelos Conselhos Municipais e Estaduais de Educação e pelo MEC
(Ministério da Educação).
Para o ensino superior, a partir de 1998 o MST
começou a fazer parcerias com Universidades para a implementação do Curso
Superior de Pedagogia (Pedagogia da Terra) com currículo voltado para o campo
com matérias sobre produção, história do campo, método de aprendizagem com
ferramentas de trabalho, etc; tendo em vista a formação de professores (em sua
esmagadora maioria acampados/assentados). Cursos também com a aprovação do MEC.
A organização da escola segue uma linha do
Conselho Pedagógico (formado por educadores) tendo como base os princípios do
Coletivo Nacional de Educação do MST (instância máxima do setor de educação).
Os alunos são divididos em núcleos que geralmente são batizados com nomes de
trabalhadores/as que tombaram na luta pela terra. Cada núcleo tem um grito de
guerra, há um revezamento entre eles no que concernem as atividades da escola
(jardinagem, limpeza, preparar refeições, etc.) e há uma gestão democrática
onde os membros dos núcleos têm direito a opinar e a decidir.
A ocupação de terra, as fileiras organizadas
na Marcha dos Sem Terra, as bandeiras, as músicas, os gritos de guerra, as
fotos de revolucionários, as apresentações teatrais (místicas) são consideradas
matrizes não só organizativas do MST, mas fundamentalmente matrizes
pedagógicas, implicando na compreensão do Movimento como lugar de formação de
sujeitos sociais.
A coletividade num trabalho de
auto-organização da escola com o intuito de preservá-la, a capacitação com a
aprendizagem do trabalho, em especial, o trabalho cooperativo, processos
educativos interagindo com processos políticos e econômicos, a realidade como
base da produção do conhecimento e a relação entre teoria e prática;
Luta contra o analfabetismo, pois de acordo
com o Censo da Reforma Agrária de 1997, realizado pelo INCRA há um índice de
30% de jovens e adultos analfabetos nos assentamentos, uma realidade que chega
a mais de 80% em algumas regiões.
É bom ressaltar que por ser
tratar de um Movimento nacional que cobre 23 Estados estas características não
são homogêneas havendo um desenvolvimento vistoso em alguns Estados, como os da
região Sul e uma situação periclitante em outros Estados, como os da região
Norte.
Comparação entre a pedagogia
marxista-leninista e a pedagogia do MST
Analisaremos esta comparação em
três pontos principais: o contexto histórico, o ambiente escolar e o ambiente
extra-escolar.
Contexto histórico
Podemos começar esta análise
comparativa observando o contexto histórico de cada época. O contexto histórico
em que vigorou a pedagogia marxista-leninista era totalmente favorável para a
aplicação deste método de ensino pois atuava no clímax da Revolução Russa que
até mesmo exigia uma educação com esta ideologia. O Estado Soviético
disponibilizou a segunda maior receita do PIB para a educação e criou uma
Faculdade Operária para os trabalhadores e camponeses.
Ao contrário, o MST atua num
contexto histórico totalmente desfavorável, o Estado não ajuda a construir
escolas nos assentamentos muito menos envia recursos e só as aprova
oficialmente depois de muita pressão por parte do movimento, incluindo
ocupações de secretarias e ministérios.
Ambiente Escolar
Damos o nome de ambiente
escolar à maioria das ações pedagógicas que são realizadas dentro da escola,
como nas salas de aula, nos campos, nos ginásios, nos jardins, nos pátios;
enfim, ações que são realizadas em seu ambiente.
Sob o aspecto do ambiente
escolar há muitas semelhanças entre o MST e as escolas marxistas tais como o
convívio coletivo, a autogestão, a participação democrática, a educação
estética, a escola do trabalho, a disciplina, a assembléia geral, os professores
afinados com a ideologia do Movimento, as zonas de desenvolvimento na
aprendizagem, as creches gratuitas (cirandas) e a alfabetização de jovens e
adultos.
O convívio coletivo, a autogestão e a
participação democrática
O convívio coletivo, a
autogestão e a participação democrática são conceitos indissociáveis no MST
assim como nas escolas do Estado Soviético. Sobre a coletividade, o MST se
espelha principalmente no que Makarenko dizia: a pedagogia socialista deve
centrar sua atenção na educação do coletivo e aí, sim, estará educando o novo
caráter coletivista de cada aluno/a em particular, seguindo como objeto da
educação a coletividade escolar. Podemos citar como exemplos neste sentido a
construção da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) na cidade de Guararema
(SP), onde operários e camponeses sem-terra a construíram num processo de
mutirão e sem receber nenhum tipo de pagamento durante um período de quatro
anos e meio.
A autogestão é caracterizada
pelo MST no que concerne à formação de coletivos responsáveis pela organização
e limpeza das escolas tal como as escolas marxistas. Há coletivos de limpeza,
esporte, cultura, finanças, etc.
A participação democrática é
exercida de maneira integral pelos membros destes coletivos aptos a opinar e
decidir sobre os rumos da escola respeitando os princípios do MST.
A educação estética
A educação estética, assim como
pregava Lunatcharski, é realizada pelo MST no trabalho por uma alimentação boa
e saudável, pelo conteúdo das noites culturais (resgatando a cultura popular e
a história de luta no campo), pela limpeza dos espaços de circulação, pela
higiene e postura das pessoas, pelo ajardinamento exterior e pelo embelezamento
dos ambientes da escola (flores, painéis, quadros,...).
A escola do trabalho
O MST também realiza em seu
ambiente educativo as chamadas escolas do trabalho concebidas na Revolução
Russa por Pistrak e Lunatcharski. Tal fato se evidencia no Movimento pela
diferenciação entre capacitação e ensino. Enquanto este visa a formar o educando
pela teoria com o ensinamento proporcionado pelas aulas, àquela visa ao preparo
das pessoas para atuar como sujeitos de suas ações e de intervenções concretas
na realidade, unindo assim, a teoria com a prática. Como exemplos podemos citar
a agroindústria, a marcenaria e o mercado de produtos do MST existentes em
algumas escolas dos sem-terra onde visa um processo produtivo socialmente
dividido e o aprendizado da dura lógica do mercado com a reflexão e a interação
com a natureza.
A disciplina
Sobre a disciplina, o MST tem
muitas semelhanças com a Comuna Dzerjinski de Makarenko e com a sociologia
leninista. A similitude com a primeira condiz com a atuação do Exército
Vermelho de Trotski que ajudava o professor Makarenko exercendo e ensinando a
disciplina no trabalho e organização da escola ficando como exemplo a ser
seguido pelos alunos. Com a sociologia leninista ressalta-se o esforço pela
formação do novo homem, que tenha uma formação humanista e socialista
interagindo na realidade na defesa dos explorados com disciplina austera e
consciente, sacrificando até a vida pela luta por uma revolução brasileira.
A Assembléia Geral
Existe também a Assembléia
Geral que julga os casos de indisciplina no MST assim como o Tribunal Popular
nas escolas marxista-leninistas com penas que vão da advertência à expulsão.
6.2.6)
Os professores:
Lunatcharski exigia que os
professores tinham que ser eleitos e controlados pelas comunidades para que
mantivessem, inflexivelmente, o ideal socialista. Nas primeiras escolas
conquistadas pelo MST junto aos municípios ou aos estados eram designadas para
essas áreas professores/as da rede oficial de ensino que muitas vezes
lecionavam com uma visão bastante preconceituosa em relação aos sem-terra
acusando-os de serem ladrões de terra, que ocupar era crime e outras acusações
de mesmo nível. Houve uma grande discussão no MST sobre quem deveria dar aulas
nas escolas dos acampamentos/assentamentos, já que os professores que não têm
conhecimento sobre o Movimento não estavam dispostos a trabalhar numa rotina de
conflitos que acontecia nestas escolas. O MST chegou à conclusão de que era
preciso se preocupar com a formação e escolarização dos próprios militantes
para que estes pudessem se tornar professores. Com este intuito foram criadas
várias turmas de Magistério do MST com parcerias com fundações, municípios e
estados e há, atualmente, em todo o país, 18 Cursos de Pedagogia da Terra em
nível superior com parcerias firmadas com Universidades para que estes
militantes tenham ideologia e conhecimentos sólidos para lecionar nas escolas
do MST. Assim, não deixa de ser uma forma de controle da comunidade sem-terra para
com os professores, como propagado por Lunatcharski.
As zonas de desenvolvimento
Sobre as zonas de
desenvolvimento pregadas pelo psicólogo e educador Vygotsky ressalta-se a
importância que a educação do MST remete especificamente à zona de desenvolvimento
proximal para chamar a atenção para a questão da aprendizagem e a interação das
pessoas em vista da produção do conhecimento. Como vimos ela é a distância
entre o desenvolvimento real de um educando e um aprendizado que ele pode
alcançar com a ajuda de um educador e/ou de outros educandos que já dominam
este aprendizado. Temos como exemplo a formação de grupos de estudos onde
participam educandos com diferentes níveis de aprendizagem, para que possa
haver a maior interação possível fomentando a realização de trabalhos em
conjunto. O MST caracteriza este trabalho com a passagem do ensino-aprendizagem
(centrada no repasse de informações e no despejamento de conteúdos) para a
aprendizagem-ensino (preparar o caminho para que todos possam produzir o seu
conhecimento e de como aplicá-lo na vida).
As pré-escolas e creches
A educação do MST também é
embasada na idéia de Nadezhda Krupskaia com relação à criação de pré-escolas e
creches gratuitas. Já que o MST é um movimento que acampa/assenta famílias, é
óbvio que nestas famílias o número de crianças é bastante significativo, por
isso há a criação de creches e pré-escolas nos acampamentos/assentamentos que
são denominadas pelo Movimento de Cirandas Infantis onde as crianças
desenvolvem atividades lúdicas com a finalidade de entender o ambiente onde
vivem.
Mas diferentemente do
pensamento de Lunatcharski e da própria Krupskaia (Que eram os comissários do
povo para a educação na URSS), o MST já inculca, mesmo que de uma forma
discreta, o pensamento socialista nas crianças ensinando, por exemplo, gritos
de guerra como: Bandeira, bandeira, bandeira vermelhinha, o futuro da nação
está nas mãos dos sem-terrinha? e canções infantis que retratam a luta de
classes , a divisão de bens (cooperação) e a luta por um país igualitário.
O
analfabetismo
Sobre a luta contra o
analfabetismo de jovens e adultos as escolas do MST, hodiernamente, têm
praticamente o mesmo desafio do Comissariado do Povo para a Cultura e Educação
no início da Revolução Russa, basta observar os índices de analfabetismo: no
início da Revolução Russa (1917) 71% dos homens e 87% das mulheres eram
analfabetos e hoje, em algumas regiões de nosso país onde moram acampados e
assentados sem-terra, o índice de analfabetismo ultrapassa os 80%.Foram
construídas várias escolas de alfabetização nos acampamentos/assentamentos para
destruir esta mazela, são 3.000 educadores alfabetizando 30.000 trabalhadores
rurais sem-terra. Os alfabetizandos aprendem com o método do educador Paulo
Freire, que não deixa de ter características marxistas, pois é utilizada a
educação popular ou pedagogia do oprimido onde os trabalhadores reconhecem e
assumem um compromisso de classe e tem como metodologia a ligação indissociável
da teoria com a prática.
O ambiente extra-escolar
Damos
o nome de ambiente extra-escolar à maioria das ações pedagógicas que são
praticadas fora do âmbito da escola, como as ocupações de terra, as marchas e a
pressão sobre os governantes. Tanto as escolas marxista-leninistas quanto as
escolas do MST consideram estas ações importantíssimos aprendizados.
As ocupações
de terra e as marchas
Neste aspecto, as ocupações de
terra e as marchas promovidas pelo MST devem ser comparadas com as realizadas
pelos educandos da Colônia Gorki que contavam com a direção do pedagogo
Makarenko.
No início da Revolução Russa
ainda havia vestígios de feudalismo e, por isso, ainda era preciso lutar contra
os chamados kulaks que eram os fazendeiros ricos que possuíam latifúndios
improdutivos e que exploravam os camponeses miseráveis.
O Estado Soviético havia
concedido à Colônia Gorki, que ficava na cidade de Poltava, o direito de posse
das terras da fazenda Trepke (próxima a Poltava) já que esta estava abandonada
pelos irmãos Trepke e a Colônia estava com planos de transformar os educandos
em agricultores para possibilitar a reforma agrária. Antes da chegada dos
colonos, os kulaks invadiram a fazenda ilegalmente e começaram a explorar a
massa de camponeses pobres que moravam na vizinhança.
Ao saber desta informação os
educandos da Colônia Gorki começaram a se organizar em destacamentos de
trabalho para a ocupação real das terras. Os destacamentos entravam na fazenda
e começavam a trabalhar para intimidar os kulaks. Seria com o trabalho no campo
que se veria quem era o dono da propriedade. Mas o clima ficou tenso e os
kulaks começaram a agredir os colonos com chicotes e os chamavam de ladrões e
baderneiros.
Foi então que no dia 03 de
outubro de 1923 os oitenta educandos da Colônia Gorki organizaram uma marcha
visando a definitiva ocupação das terras de Trepke. Para realizar a marcha os
educandos se colocaram em fileiras, cabeças erguidas, postura ereta, com
uniformes de tecidos de chita novos, descalços para não causar má impressão diante
dos velhos sapatos, empunhando as bandeiras de guerra feitas de seda, com oito
tambores e quatro cornetas à frente e o grito de guerra: terra para quem nela
trabalha! Marcharam até chegar em Trepke onde não encontraram nenhum tipo de
resistência e então passaram a comemorar a verdadeira conquista da terra. Nesta
marcha promovida pelos colonos estavam crianças, adolescentes e jovens que eram
fãs do Exército Vermelho de Trotsky e das tropas do anarquista libertador da
Ucrânia e aliado dos bolcheviques: Nestor Makhno.
Sobre as ocupações de terra o
MST enfrenta mais dificuldades em relação aos colonos gorkianos no que concerne
à ação estatal. Como já analisamos, no contexto histórico em que atua o MST o
chamado Estado Democrático de Direito não cumpre com a Carta Política do Brasil
que explana no início do ?art.184. Compete à União desapropriar por interesse
social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo
sua função social...?
Diferentemente da Colônia Gorki
onde o Estado Soviético primeiramente concedia o direito de posse de terra e
depois os colonos ocupavam a terra para ratificar este direito, na conjuntura
atual os papéis se invertem: o MST primeiro tem que ocupar a terra para depois
de muito tempo o Estado concedê-la ao Movimento ainda pagando uma indenização
ao latifundiário, o que era totalmente impensável na Revolução Russa.
É bom ressaltar também que os
militantes do MST, quando ocupam terras, sofrem o mesmo tipo de preconceito e
discriminação por que passavam os educandos da Colônia Gorki. Também são
chamados de ladrões e baderneiros pelos latifundiários e pelas seis famílias
que controlam a grande mídia brasileira na tentativa de criminalizar o
Movimento.
Sobre as marchas há uma pequena
diferença, enquanto os educandos da Colônia Gorki marchavam em momentos
festivos ou para ir ao encontro da terra, o MST marcha para reivindicar a
reforma agrária e um novo projeto de desenvolvimento para o Brasil.
No que se refere à organização
da marcha, há muitas semelhanças: as fileiras, as cabeças erguidas, a postura
ereta, os uniformes do MST, as bandeiras vermelhas empunhadas, o espírito de
cooperação e solidariedade, os gritos de guerra: Pátria livre, venceremos!
Reforma agrária quando? Já! Todas estas ações da Marcha Nacional dos Sem Terra
nos remetem à lembrança da marcha dos colonos gorkianos.
Não podemos deixar de ressaltar
nesta especifica análise comparativa a Marcha dos Sem Terrinha, organizada
pelas crianças e pré-adolescentes do MST, orientadas principalmente pelos
professores/as da Ciranda Infantil. Ela também tem muitas das características
da marcha dos educandos da Colônia Gorki, também marcham em fileiras, de cabeça
erguida, carregam bandeiras do Movimento, tem seus gritos de guerra e são
respeitados pelas autoridades que vão receber a pauta de reivindicações (que
eles mesmos elaboram). Mas o que há de mais semelhante entre os Sem Terrinha e
os educandos de Makarenko é a admiração pelo ?Exército Vermelho?, no caso dos
Sem Terrinha, a admiração é especial, porque no ?Exército Vermelho do MST?
marcham os heróis que fazem parte da mesma vida que a deles: seus próprios
pais.
Pressão
sobre os governantes
Novamente encontramos entre o
MST e a Colônia Gorki de Makarenko fatos similares no que se refere ao modo de
exercer pressão sobre os governantes.
Os educandos da Colônia Gorki
sofriam com o rigoroso inverno russo e, no início da Revolução, o Estado
racionava alimentação e vestimentas, distribuindo-as conforme a necessidade,
aos hospitais, às crianças, aos idosos, etc. Sendo assim, os educandos se
vestiam com roupas esfarrapadas e só comiam um mingau ralo.
Makarenko, diante da morosidade
do Estado Soviético, adotou a tática de levar todos os educandos aos
funcionários do Estado, numa espécie de ocupação de secretarias e ministérios
para exigir melhoria na alimentação e roupas adequadas para suportar o inverno
russo. Queriam apenas uma complementação para o mingau com o fornecimento do
pão de centeio.
Mas como novamente o Estado
demorou a atender esta reivindicação os colonos começaram a ameaçar uma revolta
contra os governantes. Estes, pressionados, liberaram uma refeição forte
baseada em pão, leite e muitas gorduras e chegaram a oferecer até supérfluos
como carnes, defumados e balas.
O MST também adota a mesma
tática de ocupar secretarias, institutos e ministérios para pressionar os
governantes que prometeram melhorias aos Sem Terra. Como um nítido exemplo do
MST nesta maneira de pressionar está a ocupação de INCRAs (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária) pelo país exigindo maior rapidez nos
processos de desapropriação de terras e o cumprimento do Plano Nacional de
Reforma Agrária (PNRA).
2 -PAPEL DA EDUCAÇÃO NO MST E SUA PROPOSTA
PEDAGOGICA
Que papel deve ter a escola no MST? Certamente
esta é uma pergunta que a militância do MST se faz e ao longo desta construção
histórica, nesta tentativa de saber qual de fato é o significado da escola para
a luta social.
Vale dizer aqui que a nossa trajetória de luta
foi nos mostrando que na luta por escola, descobrimos que a educação no MST é
muito mais do que escola,ela é de fato a vida das pessoas organizadas em
movimento lutando por ideiais de liberdade e construção de uma nova sociedade
mais digna para todos.
Assim devemos nos perguntar no momento atual o O que o MST quer com a
escola?Qual a nossa trajetória?Qual o nosso fazer pedagógico?Por que lutamos
por escola?Por qual escola lutamos?Como fazer esta escola do campo diferente?Que
tipo de conhecimento deveu priorizar?Como levar adiante estas disputas
cotidianas?
2.1 -A ORGANIZAÇÃO E OS OBJETIVOS DA ESCOLA DO MST
A Escola do MST é uma Escola do Campo,
vinculada a um movimento de luta social pela Reforma Agrária no Brasil. Ela é uma
escola pública, com participação da comunidade na sua gestão e orientada pela
Pedagogia do Movimento.
A Escola do MST é aquela que se faz lugar do
movimento destas Pedagogias, desenvolvendo atividades pedagógicas que levem em
conta o conjunto das dimensões da formação humana. É uma escola que humaniza quem
dela faz parte. E só fará isso se tiver o ser humano como centro, como
sujeitos de direitos, como ser em construção, respeitando as suas
temporalidades.
Para realizar a tarefa educativa de
humanização é preciso perceber e levar em conta os ciclos da natureza e, de
forma especial, os ciclos da vida humana com os quais estamos convivendo e
queremos ajudar a formar.
É preciso também que a escola aceite sair de
se mesma, reconhecendo e valorizando as práticas educativas que acontecem fora
delas. (Caderno de Educação nº09, 1999).
Educação não é
sinônimo de escola. Ela é muito mais ampla por que diz respeito à
complexidade do processo de formação humana, que tem nas práticas sociais o
principal ambiente dos aprendizados de ser humano. No entanto, a escolarização
é um componente fundamental neste processo e um direito de todas as pessoas.
Desde os primeiros acampamentos e assentamentos esta é uma das lutas do MST.
Desde o começo do MST existiu a luta pela criação de escolas nos
próprios assentamentos. Primeiro, por uma intuição de que isso também era um
direito, e pela consciência de que se as escolas não fossem nos assentamentos,
muitas crianças continuariam fora delas. Aos poucos esta exigência foi se
tornando uma convicção, um princípio do MST.
Estudar na
cidade, só em último caso. Considerando-se que a educação no meio urbano
prepara o filho do agricultor para sair do assentamento, já o ensino nas
escolas dos assentamentos do MST deve preparar os estudantes para ficar e
transformar o meio rural.
Por
isso o Movimento passou a trabalhar por uma identidade própria da escola do
campo, com um projeto político e pedagógico que fortaleza novas formas de
desenvolvimento no campo, baseadas na justiça social, na cooperação agrícola,
no respeito à vida e na valorização da cultura camponesa.
Ao dizer escolas de assentamento ou
de acampamento, o movimento está afirmando a necessária vinculação da escola
com a realidade local e o desafio de participar efetivamente da solução de seus
problemas. Ao dizer escola
do MST, afirma-se a relação
que a escola deve ter com a luta pela Reforma Agrária, que vai além das
questões localizadas em cada assentamento. Ao dizer escolas do campo, estão assumindo um
vínculo mais amplo com o destino do conjunto dos camponeses ou dos
trabalhadores do campo, o que exige da escola que também leve novas questões à
comunidade, ajudando em seu engajamento a um projeto mais amplo, históricos, de
futuro. Em qualquer das expressões para se designar a escola, pretende-se a construção de uma
identidade. Não basta ter escola no assentamento;
ela tem que ser uma escola no campo; tem
que ser uma escola do campo, que assuma as causas e a cultura de quem ali vive
e trabalha.
2.2 PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO NO MST
É importante destacar os Princípios Filosóficos e Pedagógicos da
Educação do MST, os quais norteiam todo processo educacional, ou seja, também
são, automaticamente, os princípios deste projeto. De acordo com o Caderno de
Educação nº08 do MST- 1996, podemos destacar:
2.2.1. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS
Dizem respeito a nossa visão de mundo, nossas
concepções mais gerais em relação à pessoa humana, à sociedade, e ao que
entendemos que seja educação.
1. Educação
para transformação social;
2. Educação
para o trabalho e a cooperação;
3. Educação
voltada para as várias dimensões da pessoa humana;
4. Educação
com/para valores humanistas e socialistas;
5. Educação
como um processo permanente de formação/transformação humana.
2.2.2 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS
Referem-se ao jeito de fazer e de pensar
a educação, para concretizar os próprios princípios filosóficos.
1. Relação
entre prática e teoria;
2. Combinação
metodológica entre processos de ensino e de capacitação;
3. A
realidade como base da produção do conhecimento;
4. Conteúdos
formativos socialmente úteis;
5. Educação
para o trabalho e pelo trabalho;
6. Vinculo
orgânico entre processos educativos e processos políticos;
7. Vínculo
orgânico entre processos educativos e processos econômicos;
8. Vínculo
orgânico entre educação e cultura;
9. Gestão
democrática;
10
.Auto-organização
dos/das estudantes;
11
Criação de
coletivos pedagógicos e formação permanente dos educadores/das educadoras;
12
Atitude e
habilidade de pesquisa;
13
Combinação
entre processos pedagógicos coletivos e individuais.
2.3
PERFIL DO EDUCADOR/A
Para ser Educador ou Educadora numa escola
como esta é preciso ser apaixonado/a pela educação, conhecedor/a da realidade
do campo e sensíveis aos seus problemas; a favor da Reforma
Agrária, lutadora do povo e amiga ou militante do MST. É preciso se desafiar a compreender a história do MST e a conhecer as marcas deste movimento,
que é político e pedagógico ao mesmo tempo. Isto implica em procurar entender a
cada dia os traços do MST que em seu movimento constrói a sua identidade: o ser
Sem Terra.
Isto exige: sensibilidade humana e abertura
para reeducar nas relações os seus valores; disposição de participar de um
processo construído coletivamente pelas educadoras e educadores nele inseridas
e inseridos, com a participação ativa dos educandos e educandas de toda a
comunidade; capacidade de trabalho cooperado de ser um coletivo educador; romper com a
visão de repasse de conteúdos e se desafiar a trabalhar saberes e o
tratar pedagogicamente a luta, o trabalho, a vida como um todo.
2.4
PERFIL DO EDUCANDO/A
Nossos Educandos e Educandas são crianças, adolescentes e ou jovens (com
sua temporalidade própria), do campo (com saberes próprios) e do MST
(herdeiros da identidade Sem Terra em formação).
Eles precisam ser desafiados pelas educadoras e educadores a se
auto-organizar, com autonomia, em sua sala de aula e, se optarem, como Escola.
Participar das Mobilizações dos Sem Terrinha e dos Jovens Sem Terra, das
lutas por Educação e Escola do Campo e para o Campo. Refletir sobre o sentido e
o porquê destas lutas e contribuir no repasse de informações para as famílias.
Também, participar dos Concursos Nacionais do Setor de Educação e de outras
iniciativas do MST como um todo.
2.5 DESAFIOS DA
ESCOLA DO MST NA ATUALIDADE
MST a escola é fundamentalmente uma construção
histórica – lutas, conflitos, vitorias e derrotas; é também espaço
institucionalizado, governamental é Lugar de conflitos e disputas de
projetos,traz consigo as marca das contradições no campo marcada pelas
investidas do capital;
Esta escola é heterogênea, sendo espaço de disputas de conceitos e
ideias, mas também pode ser, espaço de construção de identidade;espaço de lutas
sociais;de formação humana;de desvendamento da realidade e a da alienação e
finalmente de ressignificação da construção do conhecimento cientifico e
popular;
Dentre os principais desafios do fazer
pedagógico das escolas de assentamentos e acampamentos podemos citar
v A organização
pedagógica deve ser construída a partir da realidade contextualizada do
educando;
v Deve estar
voltada á um projeto estratégico de desenvolvimento dos assentamentos;
v Deve ter na sua
orientação pedagógica referenciais que nos ajudem a desvendar de fato a
realidade camuflada das coisas;
v Deve ter como
principio o estudo do movimento da realidade e de como as contradições sociais
aparecem;
v Tudo que envolve
o real;
v Tudo que existe
fora da mente ou dentro;
v A realidade é
construída pelo sujeito ela não é dada pronta para ser descoberta;
v Todas as
informações que existe em nossa volta produzida pelos nossos sentidos;
v Precisa ter em
seu ideial as questões sociais;
v Esta escola
precisa se envolver nos problemas cotidianos;
v Tudo que os
educandos estudam precisa estar ligado com a sua vida prática, com as
necessidades concretas;
v Todo conhecimento que os educandos vão
produzindo na escola devem servir para que elas entendam melhor o mundo em que
vivem, o mundo da escola, da família, dos assentamentos, município, do MST,DO
MUNDO EM MOVIMENTO...
v Precisamos romper com a educação tradicional
que organiza um currículo em torno de conteúdos retirados dos livros,
projetos.. Sem vínculo com a realidade.
v Precisamos estar
organizado em nosso setor de educação;
v Um dos grandes
segredos do nosso trabalho é o planejamento – refletir antes de agir –
avaliação durante e depois;
v Ter bem claro os
objetivos da escola a curto, médio e em longo prazo;
v Transformar a
realidade contextual em temas geradores